sábado, 23 de abril de 2011

ORIXÁ DO MÊS: OGUM

Eu andarei vestido e armado, com as armas de Jorge. Para que meus inimigos tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me enxerguem e nem pensamentos eles possam ter para me fazerem mal.
Armas de fogo o meu corpo não o alcançarão, facas e lanças se quebrarão sem ao meu corpo chegar, cordas e correntes se arrebentarão sem o meu corpo amarrarem.

SALVE O FIEL SANTO CAVALEIRO DE DEUS E GUARDIÃO DA FÉ !!
SALVE JORGE.. SALVE OGUM !!!


 

           No dia 23 de abril a umbanda celebra o Orixá Ogum, sincretizado na figura de São Jorge, aqui no Rio de Janeiro. Todos os umbandistas se voltam para essa vibração sagrada, buscando nela a vivência da religião sob o puro ar da fé e da alegria.
           Na nossa casa a festa não poderia ser diferente, penso na importância desse dia para todos nós, dia em que a vibração máxima da ação, da força, da coragem, da verdade suprema que fica ativamente em ronda. Dia em que os nossos sentidos afloram, afinal é “DIA DE OGUM” !!!
           É dia de vermos OGUM, de sentirmos OGUM, de nos dedicarmos a OGUM!! Como pensar em pouco quando falamos de OGUM? É dia de falar com OGUM. É dia de verdadeiramente nos posicionarmos diante dele como soldados: agindo em sentido de alerta, praticando a religião em sua essência, em posição, estufando o peito, olhando  reto e confirmando nossa verdadeira fé.
           OGUM não é falar, É SENTIR E AGIR .. não é querer, É TRABALHAR PARA CONQUISTAR .. não é tristeza, É CERTEZA VERDADEIRA .. não é pensar, É SER, ESTAR, AGIR PLENO EM TUDO E POR TODOS .. não é silêncio, não é passivo, É ATIVO COM CONSCIÊNCIA .. É PROVOCATIVO .. É PENSAR NA FRENTE, É SER A CAUSA, E, É ESTAR NA FRENTE!!

A LENDA DE OGUM

            Filho de Oduduia, rei de Ifé, Ogum tornou-se rei após uma inexplicável cegueira que acometeu seu pai. Galante e namorador foi marido de Iansã, Oxum e Obá, futuras esposas de Xangô. Durante seu reinado apossou-se da cidade de Irê, matando o monarca e colocando seu filho no trono, voltou à sua terra e durante anos reinou com tranquilidade. Um dia resolveu voltar a Irê para visitar o filho. Após uma longa viagem deparou-se, no entanto, com uma cerimônia religiosa, muito conhecida na época, na qual se exigia que todos mantivessem absoluto silêncio. Sem lembrar-se desse preceito, saiu pelas ruas tentando falar com alguém sem obter nenhuma resposta. Com fome e sede, andou irritado pela cidade sentindo-se desprezado. Em vários lugares encontrou vários potes de vinho, mas ao abri-los viu que estavam todos vazios. Isso o deixou mais nervoso, então tirou a espada e começou a quebrar tudo que estava a sua volta. Os habitantes, mesmo em silêncio, tentaram controlar sua fúria. Mas quem segura à ira de Ogum? Todos foram degolados e quantos mais chegavam mais mortes ocorriam. A cidade cobriu-se de sangue e luto. Passada a cerimônia, veio o filho e explicou-lhe o que havia ocorrido. Ninguém o desprezara, ali todos o amavam, fora um mal entendido ocasionado pelo tabu religioso. Ogum desgostoso pelo que fizera chorou muito e arrependeu-se profundamente de haver matado tantos súditos do reino. E tão ferido ficou com o acontecido que pegou sua enorme espada e cravou-a no chão com imensa força. Ouviu-se um grande estrondo e Ogum desapareceu nas entranhas da terra, tornando-se assim orixá.

 

CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OGUM
Ogum é o Orixá da guerra, da demanda, da luta.  Seu filho carrega em seu gênio todas as suas características.  É pessoa de tipo esguio e procura sempre manter-se bem fisicamente.  Adora o esporte e está sempre agitado e em movimento.
     A sua impaciência é tão marcante que não gosta de esperar.  É afoito.  Tem decisões precipitadas.  Inicia tudo sem se preocupar como vai terminar e nem quando.  Está sempre em busca do considerado o impossível.
Ama o desafio.
Não recusa luta e quanto maior o obstáculo mais desperta a garra para ultrapassá-lo. 
Seu gênio é muito forte.  Não admite a injustiça e costuma proteger os mais fracos, assumindo integralmente a situação daquele que quer proteger. 
Leal e correto é um líder.
Sabe mandar sem nenhum constrangimento e ao mesmo tempo sabe ser mandado, desde que não seja desrespeitado. 
Adapta-se facilmente em qualquer lugar.  Come para viver, não fazendo questão da qualidade ou paladar da comida.
Por ser Ogum o Orixá do Ferro e do Fogo seu filho gosta muito de armas, facas, espadas e das coisas feitas em ferro ou latão. 
É franco, muitas vezes até com assustadora agressividade.  Não faz rodeio para dizer as coisas.  Não admite a fraqueza, falsidade e a falta de garra. 
O difícil? É a sua maior tentação.
Nenhum filho de Ogum nasce equilibrado.  Seu temperamento, difícil e rebelde, o torna, desde a infância, quase um desajustado.  Entretanto, como não depende de ninguém para vencer suas dificuldades, com o crescimento vai se libertando e
acomodando-se às suas necessidades.
Quando os filhos de Ogum conseguem equilibrar seu gênio impulsivo com sua garra, a vida lhe fica bem mais fácil. 
São calculistas e estrategistas.
São vaidosos, não gostam de ser contrariados em suas opiniões.
Raramente “arreda pé” de sua posição, mesmo quando não está certo. Quer sempre prevalecer o seu ponto de vista. Não recua nenhuma vez em suas decisões.
Contar até 10 antes de deixar explodir sua zanga, lhe evitaria muitos remorsos. 
Seu maior defeito é o gênio impulsivo e sua maior qualidade é que sempre, seja pelo caminho que for, será sempre um VENCEDOR.

RELIGIÃO & RELIGIÕES

      Os espíritos trabalhadores da linha de Umbanda, designados de preto velhos, nos repassam constantemente uma lógica que, infelizmente, nós, encarnados, ainda estamos demorando em aplicar. Dizem eles, com sua maneira peculiar e simples de expressão, que, no mundo dos mortos, não existe raça, cor ou credo que diferencie as almas ou crie fronteiras. O que existe é o homem de bem e o homem que desprendeu de ser bom.
     Baseados nisso, falam-nos das lágrimas que insistem em cair de seus olhos, pela arrogância dos homens e de suas religiões que acabam se distanciando de Deus, pela pretensão de se tornarem donos dele, impondo a sua verdade.
     As religiões ou credos, em geral, ainda existem por necessidade de nossos espíritos que se diferenciam na escala evolutiva, encontrando dentro de cada uma delas a melhor adaptação de religar-se ao Criador. O que fica desvalorizado aos olhos da Espiritualidade Superior é o combate que se trava entre os homens por questões religiosas, como se vivêssemos em eterna disputa, chegando ao absurdo das ditas guerras santas.
    Por enquanto a humanidade percorre vários caminhos em busca dessa verdade, mas chegará o dia em que o Universalimo será pleno, então haverá um só rebanho para um só pastor. E, como acontece no andar de cima, formaremos uma única corrente de trabalho, auxiliando a quem necessita, mostrando que a mediunidade é ferramenta com um só objetivo: A CARIDADE! Fora disso, tudo o mais fica por conta de nosso ego.

MUITA PAZ!!!

BISCOITINHOS ESPIRITUAIS

A caridade é o processo de somar alegrias, diminuir males, multiplicar esperanças e dividir a felicidade para que a Terra se realize na condição do esperado Reino de Deus
Emmanuel

CONHECENDO A UMBANDA 3

Em nossa última edição falamos um pouco sobre os fundamentos da Umbanda. Nesta iremos conhecer mais alguns de seus fundamentos.

     A Umbanda se fundamenta nos seguintes conceitos:

v  O Dharma: Lei de conduta na qual o espírito já encarnado, ou não, tangem sua existência, afim de cumprir seus Kharmas. Quando há a quebra do Dharma ou sua deturpação caímos em novos Kharmas.

v  A Mediunidade: O Dom dado por Deus às pessoas para que elas possam interagir com os espíritos, como instrumentos de difusão de força divina através da incorporação, da psicografia, da audição, da PES (Percepção Extra Sensorial), e de outras forma no sentido de, humildemente, servir a Deus e ajudando a todos que necessitem de caridade e no encontro da fé.

v  O Caminho: Os Umbandistas crêem na caridade, no amor e na fé, como os elementos principais na evolução espiritual e material do Homem em seus vários estágios no Ciclo da vida. A Umbanda não discrimina nenhuma religião, visto que todas, desde que alicerçadas pelas mãos divinas (e não por interesses econômicos e/ou mesquinhos e materialistas), são válidas na caminhada ao encontro da fé. Cada pessoa, cada ser humano, deve procurar a Religião que mais o complete; com a qual se identifique nos seus fundamentos, preceitos, doutrina e rituais, ou meramente nos aspectos filosóficos e científicos.

        A UMBANDA prega a existência pacífica e o respeito ao ser humano, a natureza e a Deus. Respeitando todas as manifestações de fé, independentes da religião.

Não percam no próximo mês: o culto!!
    

quinta-feira, 14 de abril de 2011

ORIXÁ DO MÊS DE MARÇO !!

Neste mês iremos homenagear o nosso irmão Rodrigo de Oxalá que alcançou a sua maior idade no santo e a partir deste momento está pronto para assumir funções sacerdotais e tornar-se dono de sua própria casa assumindo o posto de Babalorixá.
     Com sua humildade e sabedoria Rodrigo nos passou toda a essência e paz de seu pai Oxalá trazendo muita alegria e emoção para a nossa casa de santo.
     Claro que toda festa não é feita somente pelo filho e sim por toda a equipe da casa que contribuiu para que tudo saísse da melhor maneira possível. Agradecemos com um imenso carinho a todo esse esforço que foi recompensado com uma linda festa de deká.

E já que Rodrigo é de Oxalá da qualidade Oxalufã, vamos conhecer um pouco da história desse Orixá!!
     










LENDA DE OXALUFÃ

    Oxalufã (a versão velha de Oxalá) era um rei muito idoso que andava com dificuldade, apoiado em seu cajado, o opaxorô. Um dia, sentindo saudades do filho Xangô, resolveu visitá-lo. Como era costume na terra dos orixás, consultou um babalaô para saber como seria a viagem. Este recomendou que não viajasse. Mas, como o orixá teimava em ver o filho, foi instruído a levar três roupas brancas e limo da costa (pasta extraída do caroço de dendê) e fazer tudo o que lhe pedissem. Com essas precauções, o orixá partiu e, no meio do caminho, encontrou Exu Elepô, dono do azeite-de-dendê, sentado a beira da estrada, com um pote ao lado. Com boas maneiras, ele pediu a Oxalufã que o ajudasse a colocar o pote nos ombros. O velho orixá, lembrando as palavras do babalaô, resolveu auxiliá-lo; mas Exu Elepô, que adora brincar derramou todo o dendê sobre Oxalufã. O orixá manteve a calma, limpou-se no rio com um pouco do limo, vestiu outra roupa e seguiu viagem. Mais adiante encontrou Exu Onidu, dono do carvão, e Exu Aladi, dono do óleo do caroço de dendê. Por duas vezes mais foi vitima dos brincalhões e procedeu como da primeira vez, limpando-se e vestindo roupas limpas, continuando sua caminhada rumo ao reino de Xangô. Ao se aproximar das terras do filho, avistou um cavalo que conhecia muito bem, pois presenteara Xangô com o animal tempos atrás. Resolveu amarrá-lo para levá-lo de volta, mas foi mal interpretado pelos soldados, que o julgaram um ladrão. Sem permitir explicações, eles espancaram o velho ate quebrar seus ossos e o arrastaram para a prisão. Usando seus poderes, Oxalá fez com que não chovesse mais desse dia em diante; as colheitas foram prejudicadas e as mulheres ficaram estéreis. Preocupado com isso, Xangô consultou seu babalaô e este afirmou que os problemas se relacionavam a uma injustiça cometida sete anos antes, pois um dos presos fora acusado de roubo injustamente. O orixá dirigiu-se a prisão e reconheceu o pai. Envergonhado, ordenou que trouxessem água para limpá-lo e, a partir desse dia, exigiu que todos no reino se vestissem de branco em sinal de respeito ao pai, como forma de reparar a ofensa cometida. É por isso que em todos os terreiros do Brasil comemoram-se as Águas de Oxalá, cerimônia na qual todos os participantes vestem-se de branco e limpam seus apetrechos com profunda humildade para atrair a boa sorte para o ano todo.

    OXALÁ é alheio a toda violência, disputas, brigas, gosta de ordem, da limpeza, da pureza. Sua cor é o branco e o seu dia é a sexta-feira. Seus filhos devem vestir branco neste dia. O branco representa todas as possibilidades, a base de qualquer criação. Seus filhos destacam-se com facilidade em qualquer ambiente, são cuidadosos e generosos, e, dada sua exigência no sentido de conseguir sempre a perfeição, são também detalhistas ao extremo. Curiosos, procuram saber detalhes, às vezes, chegando mesmo a tornarem-se aborrecidos por isso. São um tanto inconstantes e se amuam ou se zangam com grande facilidade.

NOSSOS FILHOS DE OXALÁ: Pai Carlos, Rodrigo, Cristina e Cláudia.

LEMBREM-SE: Não basta tomar obrigação de sete anos, receberem um jogo de búzios e sair dizendo "pai" ou "mãe" de santo. Precisamos observar as regras e termos consciência de que temos ou não, determinado cargo e nunca podemos esquecer-nos de semear o bem e fazer a caridade.

Eèpàà Bábá!!!

CONHECENDO A UMBANDA - PARTE 02

     Em nossa última edição falamos um pouco sobre o início da história da Umbanda. Nesta iremos conhecer os seus fundamentos.

     A Umbanda se fundamenta nos seguintes conceitos:

v  Um Deus único e superior: Zâmbi, Olorum ou simplesmente Deus. Que com sua benevolência e sua força emanada através dos Orixás e dos Guias, auxilia o homem em sua caminhada para elevação espiritual e social.

v  Os orixás: Seres do Astral superior que representam a natureza e como esta atua e interage com os seres humanos. (Oxalá, Omulu, Obaluaê, Xangô, Oxossi, Exu, Yemanjá, Nanã, Oxum, Oxumarê, Obá, Iansã...)

v  Os Guias: Espíritos de Luz e plenitude que vêm a Terra para ensinar e ajudar todas as pessoas, encarnadas e desencarnadas. (Preto-Velhos, Caboclos, Boiadeiros, Marinheiros, Crianças, Ciganos, Exú e Pomba-Gira..)

v  Os Espíritos: Seres desencarnados que atuam de várias maneiras no mundo em que vivemos: maneiras positivas (são os Guias da Umbanda; os espíritos de Luz do Espiritismo - Kardecismo). Maneira negativa: espíritos maléficos ou perdidos (os Kiumbas ou eguns - nome dado na Umbanda); obsessores ou espíritos sem Luz (nome dado no Espiritismo).

v  A Reencarnação: Ato natural do ciclo de vida (vida, morte e renascimento); aperfeiçoamento do espírito e do próprio homem. Consiste na crença de que várias existências são necessárias para se chegar ao equilíbrio evolutivo e aos diversos planos da espiritualidade.

v  O Kharma: Lei reencarnatória a qual todos estamos subordinados que dita a forma e os meios pelos quais será dado o retorno a um corpo material a fim de resgatarmos nossos erros (de existências passadas) e fazer cumprir boas ações (na existência futura).


Não percam no próximo mês a continuação dos fundamentos da Umbanda!! 

QUARESMA !!

       Para aqueles que não sabem, quaresma é um período de 40 dias que se inicia na quarta-feira de cinzas e termina na semana santa. É nada mais do que a representação dos dias de recolhimento de Jesus anteriores ao seu calvário, crucificação e ressurreição.
       A Quaresma é o tempo litúrgico de conversão,
é tempo para nos arrependermos de nossos pecados e de mudarmos algo em nós para sermos melhores e poder viver mais próximos de Cristo.
      A Quaresma é onde nossos Orixás e Guias se recolhem em respeito a Oxalá, Orixá maior.
      Temos que entender que a quaresma é um período Cristão, e que neste período os espíritos do baixo astral estão a solta para nos tentar e até terem oportunidade para regenerar.
Por isto, entendemos que nesta época os espíritos sem luz soltos,se aproveitam desta situação para perturbar as pessoas e influencia-lás ainda mais em suas vidas.
      É importante compreendermos o significado deste momento e estarmos em um padrão espiritual elevado, mais apurado, mais ativo e vigilante. Nossa responsabilidade espiritual nesse período é maior, portanto, temos que intensificar nossas orações, melhorar o nosso sentido de fé, e manifestar nosso real sentido religioso.

Muito axé e proteção para todos nós !!

BISCOITINHOS ESPIRITUAIS !!

Se você cometeu algum erro não se detenha para lamentar-se; raciocine sobre o assunto e retifique a falha havida porque somente assim, a existência lhe converterá o erro em lição.
André Luíz